domingo, 10 de outubro de 2010

Gravidez e Diabetes

Antes de escrever um pouco sobre esta maravilhosa fase da vida, importa reforçar a informação da importância de se planear uma gravidez,englobando, claro está, um bom controlo metabólico,com uma HbA1c abaixo de 6,5%. e,assim que tiver a certeza de estar grávida, recorrer de imediato à sua equipa de saúde.

 Nesta fase da vida de uma mulher com Diabetes está sem dúvida presente alguma tensão,mas não existe nenhum motivo para desencorajar estas mulheres a terem filhos. É fundamental que a glicémia esteja bem controlada e semelhante a uma pessoa sem Diabetes,na altura em que há a conceção e durante toda a gravidez (especialmente no início),pois se assim não acontecer existe o risco de o feto ser afetado,com mal formações (o risco aumenta e é enorme quando a HbA1c é superior a 11%), podendo haver complicações no parto:
  - O bebé terá a mesma glicémia da mãe, já que a glicose passa livremente através da placenta;
  - Uma glicose alta da mãe acelarará o crescimento do bebé, pois ele próprio consegue produzir insulina para metabolisar o açucar extra ( o bebé que produz insulina extra é menos capaz de lidar com a falta parcial de oxigénio,presente até num parto normal). O bebé será grande,o que aumentará o risco de um parto dificil.
  - O bebé correrá o risco de desenvolver hipoglicémia nos 1os dias de vida, já que continuará a produzir quantidades consideráveis de insulina (´será controlada cuidadosamente a glicémia do bebé após o parto)

As necessidades de insulina podem diminuir no início da gravidez,ainda mais se a mulher tiver enjoos. Depois vai aumentando continuamente até perto do final da gestação (36-38 semanas),aumentando por vezes até quase o dobro do que antes da gravidez.Este aumento deve-se, em parte, ao aumento de peso durante a gravidez,mas também pelas hormonas produzidas pela placenta, que neutralizam o efeito da insulina.

Períodos curtos de hipoglicémia não são perigosos para o bebé, mas são de evitar,pois o feto também estará com hipoglicémia (daí a importância de comer regularmente).Mas se estes forem graves (com convulsões ou coma) pode ser perigoso. A glicémia baixa pode aumentar os enjoos matinais durante a gravidez, o que pode tornar difícil a ingestão de refeições regulares,resultando em hipoglicémia.





Após o parto a necessidade de insulina diminui. As mães que amamentam precisam de diminuir as doses de insulina para níveis inferiores aos anteriores à gravidez,para evitarem hipoglicémia.Após algumas semanas ou meses,as doses de insulina terão voltado aos níveis de antes da gravidez.Amamentar faz descer a glicémia e é necessário frequentemente um snack com um alto teor de hidratos de carbono antes ou durante a amamentação,podendo ser também reforçados snacks à noite e durante a madrugada.


Outro aspeto a ter em atenção é o desenvolvimento de corpos cetónicos. Durante a gravidez,a produção de corpos cetónicos em períodos de insuficiência de insulina aumenta,o que torna a cetoacidose (estado em que o sangue se torna ácido devido a um nível elevado de corpos cetónicos,quando existe uma deficiência de insulina.Pode desencadear coma diabético) mais provável,o que pode ser grave para a mãe e para o bebé.Por isso,deve verificar-se regularmente a presença de corpos cetónicos no sangue(cetonémia) ou na urina (cetonúria),em especial se se sentir enjoada ou infecção com febre.Este cuidado nestas situações deve estar presente em todos os diabéticos.É necessário assim um snack mesmo antes de deitar,já que diminui o risco de hipoglicémia nocturna e de corpos cetónicos do jejum.Considero importante e útil todos os diabéticos,e ainda mais todas as mulheres grávidas, possuírem um medidor de cetonémia,à partida disponivel nos Centros de Saúde e nas farmácias portuguesas.

A criança poderá vir a ter Diabetes?

Segundo um estudo (Warram J., Martin BC, Krolewski AS. Risk of IDDM in children of diabetic mothers decreases with increasing maternal age at pregnancy. Diabetes 1991;40:1679-1684),o risco de uma criança vir a ter diabetes diminui à medida que a idade da mãe aumenta.Se uma mãe tiver diabetes e mais de 25 anos quando der À luz,o risco da criança vir a ter diabetes não aumenta de modo significativo,em comparação com as crianças cujas mães não têm diabetes.Outro estudo (Bleich D, Polak M, Eisenbarth GS,Jackson RA. Decrease risk of type 1 diabetes in offspring of mothers who acquire diabetes during adrenarchy.Diabetes 1993; 42:1433-39) demonstrou que apenas 3,4% de crianças cujas mães têm diabetes desenvolveram a doença.Também este estudo diz que se a mãe desenvolveu diabetes com 8 anos ou mais cedo,o risco para a criança era consideravelmente maior: 13,9%.


A Idade de Ser Feliz


Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.

Autor desconhecido

Felicidades as todas as mulheres Diabéticas que tiveram,têm ou terão a maravilhosa experiência e dávida de gerar uma vida, por a qual nutrem ou nutrirão um amor incondicional.

2 comentários:

  1. Adorei este post, tenho pena de não o ter lido há pelo menos 6 anos trás, mas nunca é tarde.
    Sou diabetica há 25 anos, e fui mãe 3 vezes. Na 1ª gravidez não consegui controlar o peso e as glicémias tb oscilaram muito. A minha filha nasceu com hipoglicemia e 3 anos depois revelou a diabetes :(
    Na 2ª gravidez controlei melhor o peso e as glicémias, mas quis Deus que às 37,5 semanas a minha filha morresse dentro demim, com duas circulares no cordão umbilical. A minha filha nasceu sem vida a uma semana para o parto.
    Na 3ª gravidez controlei de novo as glicemias e o peso, engordei muito pouco, e correu tudo bem, Graças a Deus.
    É CRUCIAL o controlo glicémico da diabetica na gravidez, mais ainda....

    ResponderEliminar
  2. Como a Autora dos Sonhos, também sou diabética há 25 anos (parece brincadeira...mas é verdade! E tive dois filhos lindos. A primeira nasceu com 38 semanas com 4.200g. Ficou um pouco hipoglicêmica nos 2 primeiros dias mas nem ficou na UTI. Tentei controlar a glicemia durante toda a gravidez e acho que consegui. Na segunda gravidez, 6 anos depois eu disse que iria melhorar o controle. Fiz hidroginástica e...meu filhote superou a irmã com 4.400. Um verdadeiro lutador de sumô! Mas ficou na UTI 8 dias com desconforto respiratório...coração com pequena mal formação logo superada. Nada de hipo. Cada caso é um caso. Mas concordo plenamente que O CONTROLE GLICÊMICO NA GRAVIDEZ É FUNDAMENTAL! Liguei as trompas e fim de história! Adoro o blog!

    ResponderEliminar

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails