sábado, 2 de julho de 2011

Planear a gravidez

Planear a gravidez deve ser uma exigência para a mulher diabética


Continuam a ser muitas as mulheres com diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2 que engravidam de forma não programada e com um mau controlo metabólico.

Muitas mulheres com diabetes engravidam sem que atinjam previamente o controlo metabólico da doença. “Muitas vezes, porque continuam a acreditar que, se durante a gravidez estiverem bem controladas, isso é suficiente para o seu bem-estar e do feto, o que não é absolutamente verdade”, explica Dra. Lisa Ferreira Vicente, ginecologista-obstetra, responsável pela Consulta de Saúde Reprodutiva da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP).

É sabido que as malformações devidas ao mau controlo metabólico surgem nas primeiras oito semanas de formação do embrião. “Ou seja, mesmo que a grávida esteja bem controlada durante todo o resto da gravidez, já nada modifica os problemas que possam ter surgido inicialmente.

Só o controlo metabólico prévio à gravidez pode diminuir o risco de malformações”, adianta a especialista. Para que a gestação de uma mulher diabética seja bem seguida, existe uma equipa de vários profissionais que a deverão acompanhar: médicos, dietista, enfermeira… “No entanto, a principal interveniente é a própria mulher”.

Implicações da diabetes na gravidez

Já falámos dos riscos de complicações fetais e das malformações para o feto resultante de gravidezes mal controladas. Por outro lado, a mulher com diabetes “tem um maior risco de ameaça de parto pré-termo, de hipertensão (e das sua complicações) e de infecções – cistite, pielonefrite e candidíase vulvo-vaginal. O controlo glicemico adequado ao longo da gravidez diminui o risco da sua ocorrência; porém, a vigilância é sempre mais apertada do que nas mulheres sem patologia”, indica Lisa Ferreira Vicente.

Durante o primeiro trimestre de gravidez podem ocorrer episódios de hipoglicemia, em especial se a mulher tem náuseas, come menos ou vomita. Os familiares mais próximos devem estar alerta para esta situação e preparados para agir caso este episódio aconteça. “A retinopatia pode agravar ou surgir ao longo da gravidez. Devem ser por isso realizadas reavaliações oftalmológicas periódicas durante a gestação”, reforça a entrevistada desta edição da Mãe Ideal.

“Quando já existe doença renal com proteinúria (perda de proteínas na urina) há o risco de que ela se agrave ao longo da gravidez. Em algumas situações será reversível, noutras a lesão tornar-se-á permanente”, esclarece a ginecologista. Em resumo, os riscos e consequências que decorrem de uma gravidez numa mulher com diabetes mellitus estão relacionados com a existência, tipo e gravidade das complicações crónicas pré-existentes.

Adianta Lisa Ferreira Vicente que “as repercussões na saúde futura da mulher devem ser discutidas com o médico assistente. Algumas das alterações que surgem ao longo da gravidez são transitórias, mas outras serão definitivas. Por outro lado, muitas mulheres com diabetes têm hoje em dia gravidezes bem sucedidas, sem complicações significativas. Em situações mais graves, a gravidez pode constituir um sério risco para a saúde da mulher (a curto ou médio prazo)”.

In http://familia.sapo.pt/gravidez/pregravidez/mae_ideal/986205.html

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